Dia 24.

Mais um dia 24, mais um mês da tua ausência. Este fim de semana fui ver-te muitas vezes. Ver-te? Não! Olhar para aquela terra fria, onde bate o sol soalheiro e pensar ' Estás aqui. Estás e não posso abrir isto e levar-te para casa.'. A tua campa tem uma grade. A mãe apoia-se nela como se estivesse a adorar uma criança a dormir, mas depois disso só restam lágrimas a cair sobre a cera das velas que colocamos para te fazerem companhia. Passados alguns meses, ainda é impossível entrar ao fim da tarde, antes de ir jantar a casa dos avós (aquilo que fazias sempre, mesmo quando já quase não tinhas forças) e não chorar. A vida é uma merda e infelizmente tu és a prova de que a vida não deixou gozar tudo o que ainda tinhas à tua espera. Dinheiro?Não! Poder?Não! Saúde? Sim! Afinal de contas vai ser isso que nos vai trazer a felicidade e nos vai deixar lutar por tudo aquilo que queremos. Se assim fosse, não teria de ir chorar em frente a uma terra com flores quando tenho saudades tuas...Ontem fui lá e deixei tocar a música que tu gostas e que levei no meu telemóvel de propósito para ti. Descansa em paz.