sexta-feira, 23 de abril de 2010

Há um ano, estava uma sexta-feira assim, solarenga, mas que trazia um presságio estranho. Saí de uma frequência com o coração nas mãos, sabia que havia qualquer coisa que ia acontecer e que não me estava a deixar bem. Almocei, festejei os meses de uma coisa que também já não existe, até que o meu telemóvel tocou insistentemente. Era a Joana, era o David, era o meu irmão era a minha mãe. O mundo parou e foste tu a primeira coisa que me surgiu no pensamento...'Ele morreu'. Ainda me lembro de ligar à mãe com o coração aos saltos, ela atender a chorar e dizer 'Anda, foi o teu pai que foi fazer a última viagem'. E pronto. Foste, não me despedi, não te dei umas últimas palavras e tive de me deparar contigo dentro de um caixão, de fato e gravata, inanimado e cheio de lágrimas da avó, do avô, da tia, da mãe...Faz um ano que morreste, e esse continua a ser o dia mais triste da minha vida.

sábado, 17 de abril de 2010

Aquela coisa chamada saudade.


Há cerca de um ano atrás festejávamos mais um aniversário do avô. Mal sabiamos nós que era a tua última semana aqui por perto, em que comeste tudo aquilo que te apetecia, ainda que com algum esforço, e nos deixaste super felizes. Um ano depois, a aproximação desta data traz tudo menos felicidade. Um ano depois, continuo sem palavras e sem o quer que seja a dizer que consiga retratar a falta que tanto nos fazes. Um ano depois, só pedia para voltares...

sábado, 3 de abril de 2010


A Marta está a viver a vida, só isso. A vivê-la antes que qualquer coisa de muito mau venha arruiná-la..A rir-se com as coisas simples que há no dia-a-dia, a manter o telemóvel longe e a esquecer-se dele propositadamente em casa, porque às vezes é tão bom não ter nada dessas coisas que nos solicitam constantemente. A ouvir The Beatles e os grandes clássicos, só porque a 'modernidade' já a chateia. A acordar à hora que lhe apetece (as férias têm disto), a imaginar onde estará esta ou aquela pessoa, ou a pensar o que será feito da vida de quem passou mas não ficou. A falar com as amigas e a trocar experiências (vulgo cusquices) e a combinar coisas descabidas, mas realizáveis. A conduzir e a pensar que não tarda tem os pneus de trás do carro carecas e que não lhe apetece ir trocá-los só porque detesta ir à oficina. A conduzir com o volume do rádio super alto, a cantar e a pensar que se vier uma ambulância a pedir passagem nem ouve a sua sirene. A ser parva como de costume e com a cabeça no ar. Ah! E como não podia deixar de ser..de volta da cozinha a fazer doces ou salgados (ou folhados e bolos..Whatever!). A ser boa observadora e a reparar naqueles pormenores que mais ninguém repara. Um mau feitiozinho aqui ou ali, uma resposta torta ali ou acolá. Ora, está a ser a Marta e nada mais que isso.