sábado, 28 de fevereiro de 2009

Dias quentes


Volta a pairar uma paz no ar.Volta o sol e o quente. Voltamos a ser nós. Voltamos a tudo o que queremos ser e construir. Continuamos nós.Felicidade é a única palavra.


sábado, 21 de fevereiro de 2009

Costas voltadas



"Hoje estive contigo. Mostraste-me mais uma vez a magia de estar com alguém como tu: carinho, paixão e compreensão. Todos os minutos, todos os segundos numa ânsia de parar o tempo e ficar assim, para sempre. Chega a hora de ir embora sempre acompanhada daquele momento que tanto tememos: a despedida. Baixo a cara, na procura de esconder a tristeza, a vontade de ficar. Chega o comboio, corro para a porta com vontade de caminhar no sentido contrário. Vejo-te de costas, a partir. Dói-me o coração, tiram-me algo que é meu e que me faz sentir tão especial."

De costas voltadas.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Caixa das Memórias

Abri-a. Abri-a como há muito tempo não fazia.Como quem abre a arca do tesouro depois de anos à procura dela. Como quem, sentado num banco a olhar para o horizonte, pensa só na sua vida e nas coisas que já passaram. Só guarda coisas boas. Porém, são estas coisas boas que me fazem doer qualquer coisa, que me fazem ter um nó na garganta, que criam um silêncio que não se explica. Saudades?Lembranças?Sorrisos?Lágrimas? Sim, está tudo lá dentro. Até o impresso da candidatura à Faculdade. Até os bilhetes dos comboios de Itália. Até o bilhete do jogo Portugal Vs. Cazaquistão. Penso que essa será a única lembrança desta caixa que me causa alguma repugnância acompanhada de um sorriso, porque marcou talvez o maior passo que nunca julguei conseguir dar. Nós seres humanos (ou serei eu?) temos uma capacidade deslumbrante para criar confusões nas nossas mentes e para pensar tudo ao contrário quando tal não devia acontecer.Depois de arrumá-la, lembrei-me: o 24 também passará a estar lá fechado. A partir disto tão rápido não a volto a abrir. Vou deixar que tudo cheire a mofo, que tudo se apague e se resuma ao que está lá dentro. Fechei-a. Fechei-a para não mais a voltar a abrir.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Give me Novacaine


Take away the sensation inside
Bittersweet migraine in my head
It's like a throbbing toothache of the mind
I can't take this feeling anymore

Drain the pressure from the swelling,
The sensation's over whelming,
Give me a long kiss goodnight and everything will be alright
Tell me that I won't feel a thing
So give me novacaine

Out of body and out of mind
Kiss the demons out of my dreams
I get the funny feeling and that's alright
Jimmy says it's better than here
I'm tell you why
Drain the pressure from the swelling
The sensations over whelming
Give me a long kiss goodnight
And everything will be alright
Tell me that I won't feel a thing,
So give me novacaine

Oh Novacaine

Drain the pressure from the swelling,
The sensations overwhelming
Give me a long kiss goodnight and everything will be alright,
Tell me, Jimmy, I won't feel a thing,
So give me Novacaine
Green Day

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Asas



Depois disto só me apetece ganhar asas e voar.Voar para longe...

"Calm down
Deep breaths
And get yourself dressed instead
Of running around
And pulling all your threads saying
Breaking yourself up

If it's a broken part, replace it
But, if it's a broken heart then brace it
If it's a broken heart then face it

And hold your own
Know your name
And go your own way
Hold your own
Know your own name
And go your own way

And everything will be fine
Everything will be fine
mmmhmm

Hang on
Help is on the way
Stay strong
I'm doing everything

Hold your own
Know your name
And go your own way
Hold your own
Know your name
And go your own way

And everything, everything will be fine
Everything

Are the details in the fabric
Are the things that make you panic
Are your thoughts results of static cling?

Are the things that make you blow
Hell, no reason, go on and scream
If you're shocked it's just the fault
Of faulty manufacturing.

Yeah everything will be fine
Everything in no time at all
Everything

Hold your own
And know your name
And go your own way

Are the details in the fabric (Hold your own, know your name)
Are the things that make you panic
Are your thoughts results of static cling? (Go your own way)

Are the details in the fabric (Hold your own, know your name)
Are the things that make you panic (Go your own way)
Is it Mother Nature's sewing machine?

Are the things that make you blow (Hold your own, know your name)
Hell no reason go on and scream
If you're shocked it's just the fault (Go your own way)
Of faulty manufacturing

Everything will be fine
Everything in no time at all
Hearts will hold"

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Dia dez.



Num sonho invisível, dá-me a mão, aconchega-me a alma e vem ter esperança comigo. Temo que o dia dez vire um dia treze. Guardo esperança que o dia dez seja um dia de alegria e de preces atendidas. Suposições, pensamentos que ocupam uma mente vaga. Preocupações. A esperança é, e sempre será, a última a morrer. Por isso, até que algo nos faça sentir que apenas caminhámos contra a corrente ou um facto já sabido (mas distorcido pela vaga luz que aparece ao fundo do túnel) há um sorriso. Há uma expectativa. Há um temer que nos envolve a todos, uma curiosidade, um rol de emoções inexplicáveis. Que a notícia venha, traga ou não a boa nova, e que todos continuemos como até agora estivemos: carregados de sonhos e soluções para os possíveis problemas. A vida está à frente. Uma nova etapa está à frente. Uma nova luta surge. Que as percentagens e os estudos se venham a confirmar seja da melhor ou da pior maneira. Que a força impere, que a batalha continue. Amanhã será o dia dez.

Marta Lopes

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Palavras de Inverno


"Os cafés são os nossos portos de abrigo em dias de chuva. Eu, que sou completamente solar, entendo mal as pessoas que dizem adorar os dias de chuva. Nos dias de chuva a vida complica-se, porque os transportes chegam atrasados e a abarrotar, e as pessoas tornam-se (mais) impacientes e zangadas, e as suas bocas enchem-se de palavras de Inverno, e há sempre um automobilista que passa rente ao passeio e nos encharca da cabeça aos pés...
Então a mesa de um café é um oásis de paz, que nos ajuda a esperar pelo sol do dia seguinte. Uma espécie de terra de ninguém, ou de toda a gente. Um lugar onde nos sentimos abrigados não só da chuva mas de todos os males do mundo. Naquele dia ainda não tinha parado de chover. Quando entrei no café, a mulher já estava sentada com a criança ao lado, o chapéu-de-chuva a pingar aos seus pés, uma data de sacos de plástico em volta, e o telemóvel colado à orelha. A criança bebia leite com chocolate. Muito devagar.
- Despacha-te!Olha que chegas atrasada!
Mais um número teclado no telemóvel, mas logo desligou, encolheu os ombros e voltou a ligar, esperou alguns segundos mas, pelos vistos, do lado de lá ninguém atendia.
- Claro, nem se lembra...Eu que me fartei de lhe dizer que não se esquecesse... Falava alto, sem destinatário certo, a criança nem a ouvia, bebia o leite e passava o olhar pelas prateleiras dos chocolates. Mas ela continuava a falar, e sempre muito alto, porque é que as pessoas falam tão alto ao telemóvel?, e olhando em volta, como se esperasse apoio ou cumplicidade de alguém.
- Claro, eu é que tenho sempre de andar para a frente, e de arranjar tempo para tudo...
Olhou para o relógio e abanou a cabeça. Voltou a teclar um número, voltou a desligar, voltou a abanar a cabeça, voltou a olhar em volta, voltou a repetir:
- Esqueceu-se, 'tá visto...
- Mãe...quem é que...
Ela nem ouviu a criança. Pousou por momentos o telemóvel sobre a mesa, olhou a chuva que não abrandava.
- Há dias em que tudo corre mal, palavra de honra...Até a chuva tinha de aparecer para complicar tudo...
De repente, como se tivesse encontrado a única saída, pegou de novo no telemóvel, teclou muito rapidamente um número e, daquela vez, teve sorte. Nem «olá», nem «estás onde?», que é agora a maneira de começar qualquer conversa ao telemóvel... Despachadamente disse apenas:
- Desculpa lá, mas tens de ir buscar a miúda às seis horas. Depois explico-t "e onde é, agora não posso, estou cheia de pressa!
Atirou com o telemóvel para dentro de um bolso da grande carteira que pôs ao ombro, pagou a conta, fez prodígios de equilíbrio para ter dedos que chegassem para toda a sacaria, e ainda o chapéu-de-chuva.
-Era o pai? - perguntou, então, a criança.
O resto do leite abandonado no copo. A mulher riu. Como riem as pessoas que não têm vontade nenhuma de rir.
- O teu pai...Sei lá por onde anda o teu pai... Esqueceu-se de ti, mais uma vez...Já devias estar habituada...E tanto que eu lhe pedi...
- Então quem é que me vai buscar à música?
- Vai o Fernando.
A criança olhou para ela, espantada e murmurou:
- O Fernando?
A mulher encolheu os ombros, com ar aborrecido.
- O Fernando, sim, que é que tem?
A criança deixou cair os olhos, pesadamente, no chão.
- Queria o pai...
A mulher abriu o chapéu e resolveu-se a sair para o meio do Inverno.
- Ora...o teu pai ou o Fernando...que diferença é que isso te faz...
A criança seguiu-a sem dizer nada, levando rapidamente as mãos aos olhos, e decerto que guardando para sempre aquelas palavras de Inverno dentro do seu coração."

Alice Vieira
Janela da Alice

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Amizade




"Ter amizade é uma coisa muito nobre, muito grande. Mas a amizade deve levar a ter actuações leais na vida, porque o amigo não pode ser um cúmplice. É-se cúmplice para cometer delitos, coisas vergonhosas. A amizade é para realizar, com outros, coisas boas boas a favor de outras pessoas. Se não, não é verdadeira amizade."