terça-feira, 5 de outubro de 2010

Morreu o pai de um colega meu. Morreu e a notícia caiu-me em seco. A primeira coisa que me surgiu foste tu, e mais uma vez a imensa falta que fazes sentiu-se (ainda) mais. Só me surgem as lágrimas como forma de aliviar o pensamento, mas parece que não é suficiente. Vejo fotos, vejo vídeos e tudo me parece recente, como se tivesse sido ontem que foste. Como se fosse ontem o dia em que foste para o Hospital com uma "Hepatite", nada grave. Como se fossem poucos os dias em que conduzi até Sta. Maria da Feira e te fiz companhia em simples consultas ou olhei para ti enquanto fazias transfusões de sangue e adormecias, tal era o cansaço. Ainda hoje não me consigo perdoar por não me ter despedido de ti, não me consigo perdoar por ter tido parte da tua esperança e ter adiado até sexta-feira a visita ao Hospital. Passo os dias a imaginar como terias ficado feliz se tivesses ouvido a minha voz uma última vez ou pudesses ter sentido o quente da minha mão na tua quando já estavas sedado.Em vez disso só pudeste assistir às minhas lágrimas quando já só cheguei a tempo de te ver na Capela Mortuária. Ainda hoje revivo todos estes momentos quando assisto aos funerais dos entes queridos dos meus amigos. Ainda hoje choro por ti sem ninguém ver. E sempre sentirei um vazio inocupável: faltas tu (tanto!).

1 comentário:

  1. Sabemos bem o quanto difícil foi aquela semana e os motivos porque não fost antes.
    Sabemos bem quanto o querias ter visto naquela semana.
    Sabemos bem tudo o fizest para o ajudar em tudo o que conseguias durante meses.
    Sabemos bem o quanto sofreste.
    Mas principalmente sabemos bem o quanto estavas feliz por naquele dia ires ver o Sr Lopes.
    E essa alegria era a mais pura e verdadeira, por isso tenho a certeza que ela a conhece e está feliz por tudo o que a filha fez por ele, e sabe se nao fizeste mais foi porque não podias..
    beijo

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