sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Caixa das Memórias

Abri-a. Abri-a como há muito tempo não fazia.Como quem abre a arca do tesouro depois de anos à procura dela. Como quem, sentado num banco a olhar para o horizonte, pensa só na sua vida e nas coisas que já passaram. Só guarda coisas boas. Porém, são estas coisas boas que me fazem doer qualquer coisa, que me fazem ter um nó na garganta, que criam um silêncio que não se explica. Saudades?Lembranças?Sorrisos?Lágrimas? Sim, está tudo lá dentro. Até o impresso da candidatura à Faculdade. Até os bilhetes dos comboios de Itália. Até o bilhete do jogo Portugal Vs. Cazaquistão. Penso que essa será a única lembrança desta caixa que me causa alguma repugnância acompanhada de um sorriso, porque marcou talvez o maior passo que nunca julguei conseguir dar. Nós seres humanos (ou serei eu?) temos uma capacidade deslumbrante para criar confusões nas nossas mentes e para pensar tudo ao contrário quando tal não devia acontecer.Depois de arrumá-la, lembrei-me: o 24 também passará a estar lá fechado. A partir disto tão rápido não a volto a abrir. Vou deixar que tudo cheire a mofo, que tudo se apague e se resuma ao que está lá dentro. Fechei-a. Fechei-a para não mais a voltar a abrir.

1 comentário:

  1. muitas são as vezes que essa bem dita caixa é olhada, por vezes aberta e recordada... mas depois fechada... para nunca mais querer abrir...

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